terça-feira, 15 de outubro de 2019

Purple Worm


Guia dos aventureiros, capítulo 26: nunca faça barulho em dungeons subterrâneas, porque debaixo da terra moram coisas sinistras que são atraídas por vibrações, como a singela Purple Worm. Dois metros de diâmetro, 45m de comprimento, 3d8+9 de dano na mordida; e se você falhar a destreza, ela te come inteiro, em um único round, com armadura e tudo. (Aí você me pergunta se dá para usar Purple Worm como isca. Depende do que você quer pescar. Para pescar Harkonnen eu acho que rola).

Eu vacilei e não tirei fotos do processo além do antes e depois, então dessa vez vai o making of em texto mesmo.






Comecei imprimindo de boa, pensando que a purple worm era monocromática, então em dois dias eu pintava e tal. HA! LOL! Ingênuo! Levou mais de uma semana para terminar. Tem três problemas em pintar peça impressa em PLA: primeiro, lavada não funciona porque a tinta acumula entre as linhas de impressão; segundo, dry brush não funciona porque a tinta deposita sobre as linhas de impressão, e terceiro, wet blending não funciona pelo mesmo motivo que você não pode imprimir canudinho e canecas: o PLA é poroso e absorve a tinta se ela estiver muito diluída.

Aí não tem jeito, tem que pegar o pincel 000 e pintar risco por risco, na unha, com layers sobre layers sobre layers, e isso demora. Mas com paciência dá para ficar legal. Na parte mole da purple worm eu me inspirei no gradius, a konami sempre usava magenta 13 com vermelho 9 para fazer os bichos orgânicos, tipo as fases vivas e o venom no finalzinho do episode 2. As placas na boca eu não conseguia acertar um tom, aí pensei: quer saber? eu tenho o modelo 3d, vou jogar no blender e escolher a cor por lá. No fim achei legal um roxo bem escuro de cor base, com subsurface scattering vermelho, lâmpada magenta e phong reflection lá em cima. Na hora de pintar é 1:1 com a tinta, o subsurface scattering vira um undercoat, a lâmpada vira um glaze, e o phong eu fiz com um branco iridescente discreto.

Mas o segredo foi a minha burrice haha. Para comprar tinta de miniatura, todo mundo fala para comprar a acrilex de potinho, que é fosca, ao invés da acrilex de tubinho, que é brilhante. Como eu sou burro, comprei a de tubinho (que é mais barata, porque vem menos tinta no tubinho que no potinho). Mas olha só, o brilho excessivo eu mato passando verniz fosco por cima; e se eu *não* passar o verniz, posso usar a cor brilhante para dar efeito. Na purple worm eu fiz isso duas vezes, deixei a parte mole brilhante para o reflexo parecer que é gosmento, e as placas na boca eu deixei brilhante para acentuar que é bem reflexivo.

Ainda dava para melhorar, mas no ponto que eu estou, aprendo mais fazendo muita coisa em quantidade que pouca coisa com qualidade. Como dizem no Go, "perca suas 50 primeiras partidas o mais rápido possível".

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Matt, operador de radar

Terminei essa miniatura do Matt, operador de radar, ficou bem legal. (Ele encontrou o Kylo Ren no banheiro e pegou emprestado o lightsaber, awesome). Como o estilo da miniatura era mais cartoon, eu resolvi pintar com flat shading, deu um efeito diferente.



Aqui as primeiras peças recém-saídas da impressora:


Mesmo depois de limpar ainda sobrou bastante rebarba nos cantos, eu tive que tirar o excesso com a x-acto, que eu acho muito melhor que estilete normal, e não é tão mais caro (vende na casa do artista na paulista).


Um problema desse modelo é que a orientação boa para imprimir o braço não é boa para a mão. Então eu cortei fora as mãos originais e imprimi outras rotacionadas, ficou bem melhor. Em compensação a orientação boa para a mão não era boa para o lightsaber, então eu tive que cortar e reimprimir ali também.


Ao invés de pintar com cor de pele, eu usei a cor natural do filamento. O problema é que se outro tom vazar por cima, não tem como repintar, então a solução é raspar fora a cor com a x-acto.


Deu trabalho imprimir os óculos, porque eles eram mais finos que a resolução da minha impressora. O jeito fácil de resolver foi carregando dois modelos no slicer, um em cima do outro, com um pouquinho de offset no z. Aí engrossou o suficiente para imprimir certo.


Ainda faltavam dois problemas, o espaço na junção dos braços com o corpo, e o logo da First Order no braço.


A minha primeira idéia para o logo foi fazer stencil, mas era pequeno demais para cortar na mão, acho que nem com cnc daria certo. Então eu imprimi o logo em papel vegetal usando a minha laser printer, e pintei de vermelho por trás do vegetal. Não ficou o tom perfeito porque o vegetal não é 100% transparente, mas rolou. Também usei o mesmo truque para fazer o crachá.



Aqui detalhe de pintando por trás com tinta vermelha, pela tesoura dá para ver como era pequeno (o logo tem 4.5mm de diâmetro).


Para tapar o buraco entre os braços, antigamente eu usava massa plástica, mas agora aprendi uma técnica nova: super bonder com bicarbonato de sódio. O bicarbonato força o polímero do super bonder a endurecer na hora, aí é só limpar e lixar até ficar plano de novo. Só tome cuidado porque a combinação gera uns gases tóxicos, então você precisa fazer isso com uma máscara VO (eu uso uma 3M P95 que é excelente).


Para finalizar é só repintar as partes que foram lixadas e está pronto!


quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Caveira do Rock

Terminei de pintar mais uma miniatura, dessa vez foi uma caveira do rock n roll \o/



A história é que lá na década de 90 eu sempre procurava por miniaturas para adicionar mas minhas histórias de RPG, e por acaso achei um kit de cinco caveiras do rock (foi numa loja de RPG que não existe mais, ficava na Av Ibirapuera entre o Alex's Comics e o shopping).

In game, o backstory que bolei é era um conjunto de bardos que cantavam músicas subversivas e foram executados pela inquisição, mas eles gostavam tanto de cantar quer voltaram dos mortos como uma banda de rock Undead (óbvio que a banda chamava Sepultura).

Eram cinco minis de chumbo, mas só achei uma delas aqui no arquivo. Decidi pintar inspirado no visual da Janis Joplin, ou pelo menos como ela estaria hoje em dia se fosse Undead haha.

Para pintar foi a maioria tinta Acrilex mesmo, com duas exceções. Como era muito pequeno, resolvi passar o primer com AirBrush, mas e pra diluir o primer hein? Em Sunnyvale eu comprava tinta Citadel Air por 5 usd o potinho, aqui o mais próximo que achei foi uma tinta francesa lá na Casa do Artista na Paulista, 60 brl por pote. Mas aqui é HueBR né, descobri que dá para diluir Acrilex usando Veja Limpa Vidro Cristal (Vidrex), incrivelmente funciona super bem!

A outra exceção foi a lavada para fazer a textura do osso. Na falta do Citadel Wash, eu poderia ter feito a alquimia usando Acrilex e Medium Fosco bem diluído. Mas acabei descobrindo que tem um cara chamado Abreu que faz versões genéricas da Citadel Wash, chama Citabreu. Ficou muito bom, nem vi diferença! Recomendo o Citabreu para quem estiver procurando por lavada pronta.

Depois eu posto uma foto com toddynho para ver a escala da miniatura. É na escala heróica (1:56), bem pequena, tive que usar um pincel 000 para dar os detalhes.

UPDATE: Foto com toddynho


terça-feira, 16 de julho de 2019

Godzilla

Eis que o sobrinho descobriu que aqui em casa tem um robô que faz brinquedos, e perguntou se eu podia fazer um para ele. Só que ele estava na dúvida entre um braquiossauro ou um godzilla com a boca azul, pronto para soltar um raio.
Óbvio que eu fiz o godzilla. Pensa bem, moleque de 8 anos que gosta de dinossauro, tenho certeza que ele entende muito mais de dinossauro que eu. Se eu erro minimimente no modelo ou na pintura, ele vem reclamar comigo depois haha.
O Godzilla foi impresso em 3D em filamento cinza nintendo e muitos suportes:
A primeira camada de tinta foi uma lavada com tinta acrílica preta. Note ele que estava sem uma das mãos. Esse modelo tem os dedos apontando para baixo, e eu ainda não tinha aprendido a imprimir coisas pontudas apontando para baixo. 
Tentei extrair só as mãos usando o openscad, mas bati em um bug no software haha. Então eu pedi pro meu irmão extrair num daqueles programas profissionais e imprimi de novo, mais rápido que mandar um patch pro openscad.
Para colocar as mãos novas eu amputei as antigas com um cortador de unha.
Após o transplante: paciente está bem, mas agora usa luvinhas. As mãos foram coladas com super bonder.
Fiz uma segunda lavada para preencher as luvinhas, pintei a dorsal com tinta acrílica azul e highlights de dry brush com tinta branca. O rosto usa tinta acrílica também.
Close no modelo final para ver melhor os detalhes, incluindo uma foto com Toddynho para ter noção da escala. Foi uma semana de wall time até ficar pronto, e deve durar alguns picossegundos na mão do sobrinho.


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quinta-feira, 1 de agosto de 2013